CASO LAVA JATO - Pressionado, Vargas deve renunciar hoje a mandato
André Vargas: "Não tem saída, vão continuar me sangrando até quando?" |
Vargas aparece em diálogos captados pela PF tratando com Youssef de um projeto de interesse do doleiro no Ministério da Saúde. Além disso, o petista usou um jato cedido pelo doleiro para passar férias com a família no Nordeste.
Após o caso vir a tona, André Vargas ficou isolado dentro de seu próprio partido e se licenciou do mandato por um período de 60 dias. Depois, anunciou a renúncia ao cargo de vice-presidente da Câmara.
Até a semana passada, porém, ele resistia renunciar a seu mandato. Até àquela altura, a renúncia poderia evitar a cassação, o que, na prática, permitiria a Vargas eventualmente se candidatar de novo nas eleições de outubro. Vargas decidiu renunciar por avaliar que já foi condenado pela Câmara antes mesmo de seu processo ser investigado pelo Conselho de Ética da Casa.
"Não tem saída, vão continuar me sangrando até quando?", indagou ele em entrevista à reportagem. "Eu me sinto triste", contou.
Ele negou, porém, que sua decisão tenha sido motivada por pressão de seu partido. Afirmou somente que a renúncia é para preservar sua família e seu filhos.
Sobre a Labogen, o laboratório ligado a Youssef, Vargas disse que se interessou "pelo projeto". "Achei que era bom para o país, era bom para a economia."
"Nunca pedi nenhum favor nem advoguei."
SUPLENTE
Se confirmada a renúncia de André Vargas, quem entra no lugar do petista na bancada do Paraná é o ex-deputado federal do PMDB Marcelo Almeida. O peemedebista estava como suplente em exercício até a quinta-feira passada, ocupando a cadeira de Reinhold Stephanes (PSD), que voltou à Câmara para concorrer à reeleição, deixando a Casa Civil no governo do Paraná. (Redação: Natuza Nery - Folhapress, com Reportagem Local / imagem: Celso Pacheco)