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Milho perde espaço na safra de verão


Redação: Ricardo Maia - FolhaWeb
Paraná deve produzir nesta temporada 4,90 milhões
de toneladas de milho
Importante para o processo de rotação de cultura, o plantio de milho no ciclo de verão está cada vez menor. Baixos preços e perda de competitividade do grão em relação à soja têm feito com que a semeadura seja cada vez menor na principal safra de ano. Neste ciclo (2014/15), o Paraná deve destinar 572,65 mil hectares para o grão, área 14% inferior se comparado à safra anterior, quando foram semeados 665,14 mil hectares, segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).

O Estado espera produzir nesta temporada 4,90 milhões de toneladas do cereal, volume 10% menor em relação ao período 2012/13. Segundo dados do Deral, esta será uma das menores safras do grão tanto em área, quanto em produção, das últimas seis safras. Juliana Yagushi, engenheira agrônoma do Deral, destaca que os produtores paranaenses estão optando por investir no milho segunda safra, deixando o ciclo de verão somente para o cultivo da soja.

Robson Mafioletti, analista técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), afirma que a rentabilidade do milho está cada vez menor por causa dos baixos preços da commodity, diferente da soja que ainda traz certo lucro para o produtor. De acordo com informações do departamento de economia, o valor médio pago ao produtor de milho em agosto chegou a R$ 18,38 a saca, contra R$ 18,44/sc em julho. O valor atual está um pouco acima do preço mínimo contabilizado em agosto em R$ 17,67/sc.

Mesmo com a baixa competitividade do milho frente à soja, a adoção do cereal na safra verão é importante para o sistema de rotação, principalmente para a quebra de ciclo de pragas e doenças. "Muitos plantam milho nesta época do ano por uma questão de planejamento", observa Mafioletti. Porém, o analista técnico salienta que mesmo esses agricultores que são adeptos ao sistema de rotação estão desistindo do milho na primeira safra por causa da melhor rentabilidade da soja.

Ele explica que nas regiões Norte e Noroeste do Paraná o plantio da soja lidera. Segundo Mafioletti, o milho tem conseguido espaço somente no Centro-Sul do Estado. Nessa região, observa, o grão é uma opção rentável devido à alta oscilação térmica. O analista da Ocepar explica que temperaturas altas durante o dia e baixas durante a noite favorecem o aumento da produtividade do milho. E essa maior produção por área acaba compensando os baixos preços da commodity. Carambeí, Castro, Guarapuava e Ponta Grossa são os municípios que mais produzem milho no verão porque possuem essa característica geotérmica.

O analista da Ocepar revela que a média de produtividade nesses municípios chega a 10 toneladas por hectare, enquanto que a média do Estado é de 8 toneladas por hectare. "Nessas regiões, a alta produtividade compensa o investimento no plantio do milho", reforça Mafioletti.

PLANTIO
A semeadura segue adiantada no Estado. Até o momento, 41% da área já foi plantada, contra 30% contabilizado no mesmo período do ano passado. Juliana afirma que as chuvas que têm ocorrido sobre os campos do Paraná favoreceram a semeadura do milho. No ano passado, conta a agrônoma do Deral, a estiagem prejudicou o início do plantio da safra. O zoneamento do grão aponta que a semeadura irá até dezembro, mas Juliana adianta que o processo deve se intensificar até o final de outubro.

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Postado por: Érick Paiva - Blog Congotícias
Érick é acadêmico do curso de Direito, cursando atualmente o 10º período na Faculdade Cristo Rei (FACCREI) de Cornélio Procópio. É o criador do Blog Congotícias, levando a informação para Congonhinhas e região há mais de 10 anos.