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Manuseio de fogos de artifício exige cuidados


Redação: Aline Machado Parodi
Reportagem Local da Folha de Londrina
O comerciante Odair dos Santos trabalha com
fogos de artifício há 16 anos.
(Foto: Fábio Alcover)
O colorido dos fogos de artifícios anuncia a chegada de um ano novinho em folha, carregado de esperança que será melhor do que o anterior. Mas essa tradição requer cuidados para evitar acidentes. Estatísticas da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Mão (SBCM) revelam que uma em cada dez pessoas que sofrem acidentes com fogos de artifício tem membros amputados, principalmente dedos. E os acidentes ocorrem, em sua maioria, por descuido no manuseio do artefato.
Para serem manuseados, os artigos pirotécnicos precisam obedecer a padrões de qualidade e segurança determinados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).

O comerciante Odair dos Santos, de Londrina, trabalha com fogos de artifício há 16 anos e comenta que os artefatos estão cada vez mais seguros. Os morteiros, por exemplo, agora vêm com bases para serem fixados no chão e evitar que a pessoa segure na mão. As baterias, mais vendidas nesta época do ano, também vêm com pavios mais longos que dão tempo de acender e se afastar com segurança.

A dica de Santos é sempre seguir as orientações da embalagem e as explicações do vendedor. "Soltar fogos é muito seguro se você seguir as orientações e não estiver bêbado na hora", diz ele, que é proprietário da Sodifest. E depois de estourar se deve tomar a precaução de inutilizá-los colocando na água para evitar que outras pessoas tentem acioná-los novamente.

AMPUTAÇÃO
O ortopedista Paulo Marcel Yoshii, especialista em cirurgia da mão, conta que o número de atendimentos por acidentes com fogos de artifícios aumenta 30% no fim do ano. "É importante saber manusear e seguir corretamente o protocolo indicado na embalagem do material. Caso contrário, as consequências podem ser irreversíveis", diz o médico, que é membro da ABCM.

"O problema mais grave é a amputação de dedos ou até mesmo da mão. Uma explosão mais forte e mal calculada pode comprometer inclusive antebraço e braço, não é muito raro acontecer. Uma lesão desse porte pode impedir, inclusive, a pessoa de levar uma vida normal", explicou o ortopedista. Os fogos também podem provocar queimaduras, lesões nos olhos e até surdez.

Em caso de acidentes com fogos de artifício, as primeiras medidas são lavar as queimaduras com água fria ou soro fisiológico e envolver o membro atingido com um pano úmido, e em seguida procurar um hospital. "Nunca utilizar remédios caseiros ou outros produtos sem recomendação médica", reforça. "O socorro correto pode minimizar as sequelas causadas pelos acidentes", acrescenta o profissional da Clínica Ortovita, de Londrina.

SHOW
O agricultor Paulo Vicente Marques Mendonça, de 37 anos, sempre gostou de fogos e há três anos monta baterias para comemorar a chegada do Ano Novo. "Eu gosto mais do barulho do que das cores. Sempre gostei, mas quando era moleque não podia soltar. Agora, solto sempre", disse.

Normalmente, Mendonça compra duas baterias de tiros (que só fazem barulho) e três coloridas. Ele considera os fogos avulsos, tipo morteiros, muito perigosos e prefere comprar rojão de vara para soltar durante o dia 31, já preparando para a virada. "A vara tem suporte e você acende e sai de perto. É seguro", comentou.

Mendonça monta as baterias na tarde do dia 31 de dezembro, no fundo do quintal da casa da mãe dele, onde não tem fiação elétrica próxima. Para fixar as baterias, ele faz buracos no chão e apoia com tijolos. "Assim evita que a bateria se movimente durante a queima. Depois, de montar fecho o quintal e ninguém mais entra lá para evitar qualquer acidente", explica.

Ele faz o show pirotécnico há três anos. No primeiro ano, bancou os fogos sozinho, mas agora faz uma "vaquinha" entre amigos e parentes para comprar os artefatos. "É caro, não dá para bancar sozinho", justifica.

A queima de fogos de Mendonça já é tradição na vizinhança. "Tem um vizinho que sempre diz que senta na varanda da casa dele e fica esperando para ver os fogos", contou.

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Postado por: Érick Paiva - Blog Congotícias
Érick é acadêmico do curso de Direito, cursando atualmente o 10º período na Faculdade Cristo Rei (FACCREI) de Cornélio Procópio. É o criador do Blog Congotícias, levando a informação para Congonhinhas e região há mais de 10 anos.