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Assessor de vereador londrinense tenta extorquir família Boca Aberta em meio milhão de reais


Redação Congotícias

O deputado federal Emerson Miguel Petriv, o Boca Aberta (PROS-PR), ingressou com uma notícia crime na Comarca de Londrina contra o ex-assessor Adilson de Souza Ribeiro, pela suposta prática dos crimes de extorsão, invasão de dispositivo informático alheio, violação de sigilo funcional e furto qualificado. Atualmente, ele é assessor do vereador Deivid Wisley.

De acordo com a petição inicial assinada pelo representante legal de Boca Aberta, o senhor Adilson exercia a função de cargo comissionado, tendo sido nomeado através de indicação do deputado estadual Matheus Viniccius Ribeiro Petriv, o Boca Aberta Junior, para a liderança do PROS na Assembleia Legislativa do Paraná, na época em que teria ocorrido o furto e divulgação de um vídeo com conteúdo interno do gabinete parlamentar.

No dia 22 de outubro de 2020, foram divulgados vídeos do sistema de segurança do interior do gabinete do deputado federal Boca Aberta e seu filho, deputado estadual Boca Aberta Jr., sendo que, de acordo com a denúncia, as imagens foram gravadas com o celular de Adilson, que exercia, na época, o cargo comissionado do partido.

A acusação alega que o ex-assessor guardou o vídeo por cerca de três meses com o objetivo de utilizá-lo em momento oportuno. Tal momento seria o pleito eleitoral de 2020, onde Boca Aberta e seu filho concorreram como candidatos a Prefeito e Vice-prefeito, respectivamente, do município de Londrina.

Diante disso, Adilson, que segundo a denúncia, possuía a senha do sistema de monitoramento do gabinete de Boca Aberta, popularmente conhecido como “Gabinete do Povo”, teria invadido um dos computadores do gabinete e filmado o conteúdo das imagens internas das câmeras de segurança, sendo que as imagens viriam a ser usadas na corrida eleitoral do mesmo ano.

Além disso, Adilson ainda é acusado de furtar carnês de IPTU de um imóvel de propriedade de Marly de Fátima Ribeiro (Mara Boca Aberta), para, segundo a acusação, difamar a Família Boca Aberta e afirmar que seria ele quem estaria pagando as contas pessoais de Mara Boca Aberta e do deputado Boca Aberta.


Diante disso, o advogado de Boca Aberta, Dr. Guilherme Bissi Castanho, pediu a instauração de procedimento investigatório para que os fatos sejam apurados, através de petição inicial protocolada na Comarca de Londrina.

A DENÚNCIA NA POLÍCIA FEDERAL E A EXTORSÃO

O deputado federal Boca Aberta apresentou a notícia-crime também junto à Polícia Federal, direcionando-a ao Delegado da instituição em Londrina. Nela, porém, denunciou outras três pessoas além de Adilson: Ivonete Mota Laguna (vulgo “Net”), Johann Victor de Almeida Santos (vulgo “Mamãozinho”) e Marcio Aurelio Elesbão (vulgo “Capoeira”).

De acordo com o deputado, Capoeira era nomeado como secretário parlamentar de seu filho, o deputado estadual Boca Aberta Jr. e, objetivando concorrer ao cargo de vereador nas eleições de 2020, Capoeira pediu exoneração do gabinete. Após isso, teria, na posse de documentos obtidos ilegalmente da rede interna do gabinete parlamentar, solicitado que Boca Aberta nomeasse Ivonete para que ela continuasse recebendo salários durante a campanha eleitoral de Capoeira.

Boca Aberta afirma ter, de imediato, recusado a proposta de Capoeira, o que teria resultado em uma série de ameaças e, consequentemente, o rompimento da parceria política entre ambos, que teria originado uma série de ataques contra a Família Boca Aberta.

Na notícia-crime apresentada à Polícia Federal, Boca Aberta afirma que “Net” acusou-o de receber verbas salariais de seus secretários e que chamou seu filho, Boca Aberta Jr., de “cheirador”. Segundo a denúncia, ela teria afirmado, ainda, que o deputado federal realizaria empréstimos em nome dos secretários parlamentares, afirmações essas que supostamente seriam referendadas pelo ex-assessor Adilson de Souza Ribeiro, que era funcionário do deputado Boca Aberta Junior.

Segundo a denúncia, Adilson contava com a promessa de ser nomeado assessor de Capoeira caso ele fosse eleito vereador. No entanto, com o insucesso da candidatura, Adilson teria ameaçado Boca Aberta de espalhar notícias com o objetivo de prejudicá-lo politicamente caso fosse exonerado de seu cargo e teria, ainda, pedido que seu salário fosse aumentado.

No entanto, toda a situação teria se agravado a partir do dia 29 de janeiro de 2021, data a partir da qual teriam ocorrido sucessivas tentativas de extorsão através de um e-mail supostamente atribuído a Adilson. O primeiro e-mail, intitulado “vamos resolver”, tem o seguinte conteúdo: “Boca vamos acabar com tudo isso, só preciso de meia milha e tiro todos os processos, inclusive os do capoeira que por ser tudo inventado e fácil de tirar da justiça, faz isso que sumo de londrina e vc nunca mais vai ouvir falar de mim”.


No e-mail seguinte, Adilson teria afirmado que, como fazia o serviço social do gabinete, teria todos os IPTUs da esposa do deputado, Mara Boca Aberta, tendo conseguido, ainda, comprovantes dos depósitos de pagamento do aluguel do prédio onde está localizado o gabinete. “[...] qualquer juiz vai acreditar que pode ter rachadinha [...] se eu inventar que eles rachavam o salário vai ficar ruim pra vc, espero que atenda o que te pedi no email anterior, tenho muitos mais vídeos também igual aquele que soltei nas redes que tava no sistema do seu gabinete”.


Três dias depois, Boca Aberta recebeu um e-mail intitulado “passou o fim de semana e vc nao me respondeu”, reproduzido abaixo: 


No dia seguinte (02 de fevereiro), um novo e-mail chega. A ameaça é mantida, e o acusado teria pedido o valor de R$ 150 mil. “Cara vc nao pensa, a imprensa, o judiciario, ninguem acredita em vc, é a ultima chance [...] vc sabe que tem muitos inimigos qualquer coisa que eu quiser vira verdade [...] vc sabe que contra vc nao precisa de prova, se nao tiver todo o dinheiro, pode me passar 150 agora e depois a gente vai vendo, esse é o melhor caminho.. contra vc nao precisa de provas lembre-se disso”, diz parte do conteúdo do e-mail.


Um e-mail posterior afirma que o vereador David, de Londrina, “tá aliado ao prefeito e vai fazer de tudo para prejudicar a Mara [esposa de Boca Aberta]”. Cita, ainda, o nome de uma promotora, um promotor e um juiz, afirmando que eles supostamente odeiam o deputado federal. “[...] Uma mentira contra vc vira verdade”, diz um trecho do conteúdo: 




Prosseguindo com os e-mails, Adilson teria mencionado apresentadores conhecidos da imprensa e ex-assessores que seriam chamados para corroborar com a versão, tentando causar temor em Boca Aberta, segundo a acusação, e obter êxito em conseguir a vantagem.

Ainda de acordo com a notícia-crime apresentada na PF, o ex-assessor conhecido como Vitinho (Mamãozinho) teria solicitado um cargo que exerceria como “assessor-fantasma”, outra oferta que o deputado Boca Aberta recusou.


Por fim, ressalta-se o e-mail enviado no dia 08 de fevereiro de 2021, que menciona, dentre outras coisas, “[...] posso inventar o que quiser contra vc, mesmo não sendo verdade, o povo pode acreditar em vc, mas o sistema não [...]”. Veja: 



Com isso, mediante as graves denúncias, o deputado federal Boca Aberta afirma, na notícia-crime apresentada, que são graves os indícios de extorsão praticada contra Parlamentar Federal no exercício de suas funções. Pediu, desta forma, a instauração de procedimento investigatório por parte da Polícia Federal, com posterior remessa ao representante do Ministério Público Federal.

*Na Comarca de Londrina, a representação criminal/notícia crime tramita sob o nº 0000163-82.2021.8.16.0014.

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Postado por: Érick Paiva - Blog Congotícias
Érick é advogado regularmente inscrito na OAB/PR e licenciado em Educação Física regularmente inscrito no CREF9/PR. É o criador do Blog Congotícias, levando a informação para Congonhinhas e região há mais de 10 anos.