Falta de remédios e fila para exames são as principais demandas em Nova Fátima
Eleitores do município do Norte Pioneiro voltam às urnas no dia 6 de agosto para escolher um novo prefeito; quatro candidatos estão na disputa
REDAÇÃO: Guilherme Marconi - Reportagem Local da Folha de Londrina
FOTOS: Gustavo Carneiro
Os dois últimos prefeitos do Paraná serão conhecidos no próximo domingo, dia 6 de agosto. O município de Nova Fátima (Norte Pioneiro) realiza eleição suplementar com quatro candidatos que buscam conquistar os 6,4 mil eleitores aptos a votar. Primeiro de Maio (Região Metropolitana de Londrina) também terá um prefeito definitivo na mesma data, conforme mostrou a FOLHA em reportagem no último dia 24.
Em Nova Fátima o médico José Ali Mehanna venceu na urna com 2,8 mil votos, mas não pôde assumir a vaga porque teve o registro de candidatura cassado pela Justiça Eleitoral. Isso porque o então candidato não conseguiu se desincompatibilizar a tempo do cargo de diretor do único hospital da cidade que tinha convênio com a prefeitura. O recurso foi negado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Pelo tamanho da cidade – 8.357 habitantes segundo estimativa do IBGE em 2016 - o principal meio de captar os votos é a pé. "É na sola da bota", define o candidato do PPS, Mario Sérgio Santos, conhecido como Marinho. Ele é o único remanescente da eleição de outubro de 2016. Antes com apenas um adversário, Marinho acredita que agora o pleito começa "do zero". "Os projetos e as intenções são as mesmas, mas agora é uma nova eleição", disse. Segundo Marinho, a cada 100 casas visitadas em 99 as queixas são na saúde. O candidato, que já foi prefeito entre 1993 e 1996, considera fácil resolver o problema da falta de remédios. "É só cortar gastos e trabalhar para articulação e suprir as demandas do posto de saúde", completou. Outra promessa é a atração de empregos com doação de áreas e isenções de impostos.
O professor Sidney Roque (Podemos) disputa pela primeira vez um cargo eletivo. A seu favor, o candidato tem a experiência adquirida nos 23 anos no cargo de diretor do único colégio estadual da cidade. Mesmo com projetos para educação, a saúde é a área que requer mais da atenção na campanha. "Não tem nem dipirona no posto de saúde", informa o candidato. Ney Roque acredita que uma boa administração pode resolver o problema no sistema: "Aqui em Nova Fátima a renda familiar é muito baixa, as pessoas necessitam desses remédios". O candidato informou que faz uma campanha modesta, com recursos próprios. "O Podemos (antigo PTN) é um partido sem amarras, sem compromissos com deputados e coligações."
Também em primeira campanha está o fisioterapeuta e pastor da Igreja Presbiteriana, José Ricardo Ceruli Marinho (DEM). Zé Ricardo também engrossou o discurso pela saúde e prega um atendimento "humanizado". O candidato disse que a solução é cortar cargos comissionados para investir mais recursos na área. "Nova Fátima está no limite máximo em relação aos cargos de confiança." O inchaço da maquina pública compromete a área da saúde", disse o candidato sem informar números. Na educação, promete retomar uma obra parada para construção de uma escola municipal e investir numa quadra coberta na escola que já existe.
Vereador eleito em primeiro mandato, Roberto Carlos Messias (PTB), o "Carlão" quer a vaga definitiva de prefeito. Ele ocupa há sete meses o cargo em mandato "tampão" após ser eleito presidente da Câmara. "No começo foi uma surpresa, mas fomos dando continuidade no serviço", informou o candidato que é do mesmo grupo político que ocupou a prefeitura nos últimos oito anos. Segundo ele, neste período trabalhou na recuperação do asfalto e das estradas rurais do município. Sobre a falta de remédios justificou que o atraso da entrega é do Programa Estadual Paraná Medicamentos. E promete utilizar recursos próprios do município para suprir a falta de medicamentos no posto de saúde.
ORÇAMENTO
O novo prefeito vai administrar um orçamento de R$ 15 milhões para 2017. O FPM (Fundo de Participações do Município) é a principal fonte com R$ 8,5 milhões, seguido do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias) com R$ 5,7 milhões. Já como fonte própria de IPTU, a Prefeitura de Nova Fátima arrecada atualmente R$ 1 milhão. A Planta de Valores, que calcula o valor venal dos imóveis, foi atualizada em 2012.
A diplomação do prefeito eleito está marcada para o dia 28 de agosto na Câmara Municipal. De acordo com o TRE, a propaganda no rádio poderá ser veiculada até quinta-feira (3), já a propaganda de rua está liberada até a véspera da eleição.
'Se eu pudesse, não votava' afirma dona de casa
A saúde é a principal tema em debate nesta eleição fora de época em Nova Fátima. Os eleitores entrevistados pela FOLHA citaram problemas como falta de medicamentos e fila para agendamentos de consultas. "A gente espera mais na saúde. Tem mês que você vai, tem remédio; tem vezes que não tem", informou a dona de casa Célia Regina Silva ainda descrente com a política: "Se eu pudesse, não votava".
Para o balconista João Mario Lopes, este novo pleito é um prejuízo para a cidade. Usuário do posto de saúde também se queixou. "Não confio muito no atendimento público, às vezes recorro ao atendimento particular", disse.
Amiga de todos os candidatos, a comerciante Ana Maria Penha também lembrou que a mãe dela já teve problemas em obter remédios, mas espera que o novo prefeito enxergue além dos problemas pontuais: "É preciso que a cidade pense no futuro, que traga mais indústrias e emprego". Para ela, da maneira como está a cidade não consegue segurar os jovens por lá.
De acordo com o TRE, o eleitor que deixar de comparecer às urnas no próximo domingo deverá justificar a ausência em qualquer cartório eleitoral até dia 5 de outubro. (G.M)
REDAÇÃO: Guilherme Marconi - Reportagem Local da Folha de Londrina
FOTOS: Gustavo Carneiro
Os dois últimos prefeitos do Paraná serão conhecidos no próximo domingo, dia 6 de agosto. O município de Nova Fátima (Norte Pioneiro) realiza eleição suplementar com quatro candidatos que buscam conquistar os 6,4 mil eleitores aptos a votar. Primeiro de Maio (Região Metropolitana de Londrina) também terá um prefeito definitivo na mesma data, conforme mostrou a FOLHA em reportagem no último dia 24.
Em Nova Fátima o médico José Ali Mehanna venceu na urna com 2,8 mil votos, mas não pôde assumir a vaga porque teve o registro de candidatura cassado pela Justiça Eleitoral. Isso porque o então candidato não conseguiu se desincompatibilizar a tempo do cargo de diretor do único hospital da cidade que tinha convênio com a prefeitura. O recurso foi negado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Carlão (PTB): usar recursos do município para suprir a falta de medicamentos |
Pelo tamanho da cidade – 8.357 habitantes segundo estimativa do IBGE em 2016 - o principal meio de captar os votos é a pé. "É na sola da bota", define o candidato do PPS, Mario Sérgio Santos, conhecido como Marinho. Ele é o único remanescente da eleição de outubro de 2016. Antes com apenas um adversário, Marinho acredita que agora o pleito começa "do zero". "Os projetos e as intenções são as mesmas, mas agora é uma nova eleição", disse. Segundo Marinho, a cada 100 casas visitadas em 99 as queixas são na saúde. O candidato, que já foi prefeito entre 1993 e 1996, considera fácil resolver o problema da falta de remédios. "É só cortar gastos e trabalhar para articulação e suprir as demandas do posto de saúde", completou. Outra promessa é a atração de empregos com doação de áreas e isenções de impostos.
O professor Sidney Roque (Podemos) disputa pela primeira vez um cargo eletivo. A seu favor, o candidato tem a experiência adquirida nos 23 anos no cargo de diretor do único colégio estadual da cidade. Mesmo com projetos para educação, a saúde é a área que requer mais da atenção na campanha. "Não tem nem dipirona no posto de saúde", informa o candidato. Ney Roque acredita que uma boa administração pode resolver o problema no sistema: "Aqui em Nova Fátima a renda familiar é muito baixa, as pessoas necessitam desses remédios". O candidato informou que faz uma campanha modesta, com recursos próprios. "O Podemos (antigo PTN) é um partido sem amarras, sem compromissos com deputados e coligações."
Marinho (PPS): atração de empregos com doação de áreas e isenções de impostos |
Também em primeira campanha está o fisioterapeuta e pastor da Igreja Presbiteriana, José Ricardo Ceruli Marinho (DEM). Zé Ricardo também engrossou o discurso pela saúde e prega um atendimento "humanizado". O candidato disse que a solução é cortar cargos comissionados para investir mais recursos na área. "Nova Fátima está no limite máximo em relação aos cargos de confiança." O inchaço da maquina pública compromete a área da saúde", disse o candidato sem informar números. Na educação, promete retomar uma obra parada para construção de uma escola municipal e investir numa quadra coberta na escola que já existe.
Vereador eleito em primeiro mandato, Roberto Carlos Messias (PTB), o "Carlão" quer a vaga definitiva de prefeito. Ele ocupa há sete meses o cargo em mandato "tampão" após ser eleito presidente da Câmara. "No começo foi uma surpresa, mas fomos dando continuidade no serviço", informou o candidato que é do mesmo grupo político que ocupou a prefeitura nos últimos oito anos. Segundo ele, neste período trabalhou na recuperação do asfalto e das estradas rurais do município. Sobre a falta de remédios justificou que o atraso da entrega é do Programa Estadual Paraná Medicamentos. E promete utilizar recursos próprios do município para suprir a falta de medicamentos no posto de saúde.
Ney Roque (Podemos): saúde é a área que requer mais da atenção na campanha |
ORÇAMENTO
O novo prefeito vai administrar um orçamento de R$ 15 milhões para 2017. O FPM (Fundo de Participações do Município) é a principal fonte com R$ 8,5 milhões, seguido do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias) com R$ 5,7 milhões. Já como fonte própria de IPTU, a Prefeitura de Nova Fátima arrecada atualmente R$ 1 milhão. A Planta de Valores, que calcula o valor venal dos imóveis, foi atualizada em 2012.
A diplomação do prefeito eleito está marcada para o dia 28 de agosto na Câmara Municipal. De acordo com o TRE, a propaganda no rádio poderá ser veiculada até quinta-feira (3), já a propaganda de rua está liberada até a véspera da eleição.
Zé Ricardo (DEM): retomar a obra de construção de uma escola municipal |
'Se eu pudesse, não votava' afirma dona de casa
A saúde é a principal tema em debate nesta eleição fora de época em Nova Fátima. Os eleitores entrevistados pela FOLHA citaram problemas como falta de medicamentos e fila para agendamentos de consultas. "A gente espera mais na saúde. Tem mês que você vai, tem remédio; tem vezes que não tem", informou a dona de casa Célia Regina Silva ainda descrente com a política: "Se eu pudesse, não votava".
Para o balconista João Mario Lopes, este novo pleito é um prejuízo para a cidade. Usuário do posto de saúde também se queixou. "Não confio muito no atendimento público, às vezes recorro ao atendimento particular", disse.
Amiga de todos os candidatos, a comerciante Ana Maria Penha também lembrou que a mãe dela já teve problemas em obter remédios, mas espera que o novo prefeito enxergue além dos problemas pontuais: "É preciso que a cidade pense no futuro, que traga mais indústrias e emprego". Para ela, da maneira como está a cidade não consegue segurar os jovens por lá.
De acordo com o TRE, o eleitor que deixar de comparecer às urnas no próximo domingo deverá justificar a ausência em qualquer cartório eleitoral até dia 5 de outubro. (G.M)